Mal Moral

Aristóteles, assim como os gregos, em seus tratados se preocupa mais com a noção de felicidade, do que com a noção de maldade. Especificamente, não existe um livro, que Aristóteles fale sobre o mal moral. Onde se encontra referências ao assunto, é numa das partes do livro VII da ética a Nicômaco.
No conceito de Aristóteles, o homem mal é aquele que não alcança a maturidade ética, ou seja, é um ser "malvado”, e esse é comparado a uma pessoa que permanece numa condição de analfabetismo moral.
Aristóteles na Ética a Nicômaco destaca cinco tipos de pessoas viciosas:
v Akolastos - Homem que visa apenas o prazer, impulsionado pelo desejo do agradável, e que de nenhuma maneira se arrepende por se comportar desta forma. Deixar se arrastar pelo prazer. Comporta-se como uma criança indisciplinada. É uma pessoa desregrada. (Não é punido);
v Malakos - Homem que quer fugir da dor e por isso a evita maximamente, sendo mole e voluptuoso.  Homem que não resiste às tentações, onde a maioria dos outros homens consegue. Segundo Aristóteles, esse homem não parece um doente, ele é um doente;
v Theriotes - Homem que apesar de aparentar ser humano é um animal, se colocando fora dos padrões humanos. É o pólo oposto ao ente divino, um monstro por excesso de: vício, intemperança e monstruosidade;
v Akrates - Homem que é fraco de vontade se perde guiado por uma cólera, profunda e cega, cometendo o mal, embora saiba que é mal. O acrático, perde a guia da razão, não é capaz de por meio da razão, controlar a paixão. Os acráticos não são considerados criminosos, mas cometem crimes. São comparados a uma cidade que tem boas leis, mas não as usa. Ex. quem faz um plano de dieta, mas não consegue seguir;
v Kakos - Homem que voluntariamente adquiriu o hábito do vício, agindo com excesso ou com falta relativamente aos prazeres e às paixões.  O kakos delibera corretamente, mas o fim da ação é moralmente reprovável. E essa capacidade não é sabedoria, mas sim astúcia.
O desejo do homem perverso tende ao irracional, pois visa a um fim aparentemente bom, mas na essência é mal. O desejo desse é totalmente desequilibrado e irracional.
O kakos é o homem que acredita que está fazendo o melhor, porque aprendeu errado, ou não aprendeu. Não sabe distinguir o que é uma boa ação, de uma ação ruim, e que essa deve ser evitada. Vive numa confusão mental. Não sabe discernir entre bem e mal, e quando o faz, ainda faz erradamente. O kakos é uma pessoa superficial, medíocre, sempre se justifica, acreditando que merece o perdão. Vive se enganando, porém, é responsável pela perversão do seu estado mental, ele sabe o que faz, os seus atos são voluntários.
Segundo Aristóteles “Tais pessoas necessariamente não se arrependerão de seus excessos, e são, portanto, incorrigíveis, já que as pessoas que não se arrependem não têm cura.”

Astúcia do Kakos

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